domingo, 23 de novembro de 2014

Funções Sintáticas e Papéis Temáticos


UNIP - Universidade Paulista

CURSO: Letras - Licenciatura Português/Inglês
Campus Vergueiro – Período Noite / LLP402

 
FUNÇÕES SINTÁTICAS e PAPÉIS TEMÁTICOS:
Angela Maria J. Vitor                        
Gabriela Rovero do Nascimento   
Teresinha Ferreira da Cruz             
 

INTRODUÇÂO:
            Uma questão importante para a descrição semântica da língua é: como se interpreta semanticamente as diferentes funções sintáticas? Ou seja, no campo dos significados, o que significa o sintagma ser sujeito, complemento ou objeto direto? Vamos às definições:
 
FUNÇÃO SINTÁTICA:
            Função sintática é o papel desempenhado pelos termos na organização da oração, sendo representado pelo esquema SVC+C, onde:
S => sujeito;
V => verbo;
1º C => complemento obrigatório e,
2º C => complemento não obrigatório (se houver)
 

As funções sintáticas obrigatórias da oração são:
1.    Sujeito - o que define o sujeito da oração é fato de ele ser sempre de base substantiva, representado por um sintagma nominal autônomo.  O sujeito também é o único termo que pode ser substituído por um pronome reto;

 
2.    Verbo - ao identificarmos o sujeito da oração, todo o resto é predicado.  Verbo é o núcleo do predicado, que, de acordo com a gramática tradicional, exprime ação, estado ou fenômeno. O verbo também é a única palavra da oração que se flexiona em tempo, modo, número e pessoa;

 
3.    Complemento Obrigatório:

3.1.  Objeto Direto - será sempre sintagma interno e geralmente ocupa a primeira posição do SVC; apresenta peculiaridades, sendo a primeira delas, o O.D. ser de natureza morfológica substantiva, isto é, ele é representado por um sintagma nominal. Este pode ser substituído por um pronome pessoal (assim como o sujeito), mas por ocupar a posição C (na estrutura SVC), dever ser substituído por um pronome pessoal oblíquo;

 
3.2.  Objeto Indireto - quanto ao objeto indireto (O.I.), este é representado por um sintagma preposicionado (o que pode confundi-lo com o adjunto adverbial) e é obrigatório na oração. Pode ser também substituído por um pronome oblíquo – lhe(s) – principalmente quando regido por preposição “a”;

 

3.3.  Complemento Nominal - é um sintagma interno, diferenciando-se do adjunto adnominal por ser um complemento obrigatório, semelhante aos complementos verbais – objeto direto e objeto indireto. Esse termo é sempre representado por um sintagma preposicionado (interno) exigido para complementar o sentido de algum termo da oração, que seja representado por um substantivo, adjetivo ou advérbio, regidos de preposição;

 

4.    Predicativo do Sujeito - O predicativo do sujeito enquanto complemento obrigatório articula-se a um verbo de ligação, predicando o sujeito.

 

5.    Complemento NÃO Obrigatório:

5.1.  Adjunto Adnominal - considerado acessório, isto é, embora seja um sintagma interno (está subordinado a outro sintagma), ele não é um complemento obrigatório na oração. Além disso, outra característica desse termo é que, por ser um sintagma interno, está sempre preso a um núcleo substantivo. Portanto, uma oração pode apresentar tantos adjuntos adnominais quantos forem os núcleos substantivos;

5.2.  Adjunto Adverbial - é a função sintática dada para os termos com valor de advérbio que estão presentes em uma frase ou período. O adjunto adverbial é o termo da oração que serve para modificar o verbo segundo as circunstâncias da frase e o valor semântico que este possui;

5.3.  Agente da Passiva – complemento preposicionado que representa o termo que pratica a ação expressa pelo verbo, na voz passiva;

5.4.  Predicativo do Objeto – enquanto o predicativo do sujeito é obrigatório, predicando (modificando) sobre o sujeito, o predicativo do objeto refere-se (predica / modifica), ao que o próprio nome diz o objeto, portanto, não sendo um complemento obrigatório;

5.5.  Aposto - é o termo necessariamente de natureza substantiva, que explica, desenvolve ou resume (de maneira acessória) o sentido de outro termo sintático;

5.6.  Vocativo - é também um termo de base substantiva, que serve apenas para chamar, invocar ou nomear a pessoa ou coisa, personificando-a.

 

PAPEL TEMÁTICO:

            Ou papel semântico se refere às relações de significado (ou significados) expressas pelas funções sintáticas em si. Assim, um termo qualquer que desempenha função sintática de sujeito terá uma relação semântica particular com o restante da oração. Vejamos:

1.    Agente - é o papel semântico desempenhado pela entidade que provoca a ação denotada pelo verbo, sendo sempre um ser animado (homem ou animal);

 
2.    Paciente - papel semântico desempenhado pelo termo diretamente afetado pela ação;

 
3.    Instrumento - papel desempenhado pelo termo (geralmente, inanimado) utilizado pelo agente para levar a efeito sua ação;

 
4.    Fonte - papel que expressa a origem de um movimento;

 
5.    Meta - papel que indica o objetivo, o alvo.
 

OBS.: Em uma oração cada sintagma assume um papel temático diferente. Ainda, segundo Perini (2006), o O.D. se interpreta sempre como paciente, o adjunto adverbial como instrumento, o agente da passiva como agente e o sujeito pode se interpretar como agente, paciente ou instrumento.

 
 

REFERÊNCIAS:

- SAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática. Barueri/SP: Manole, 2004 (cap. 6: págs. 113-140).

- PERINI, Mário A. Gramática Descritiva do Português. 4ª edição. São Paulo: Ática, 1999  (cap. 5: págs. 129-143).
- SOUZA-e-SILVA, Maria C. KOCH, Ingedore Villaça. Lingüística Aplicada ao Português: Sintaxe. 16ª edição. São Paulo: Cortez, 2011 (cap. 3: págs. 107-149).

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