UNIP - Universidade
Paulista
CURSO: Letras - Licenciatura Português/Inglês
Campus Vergueiro – Período Noite /
LLP402
FUNÇÕES SINTÁTICAS e PAPÉIS TEMÁTICOS:
Angela Maria J. Vitor
Gabriela Rovero do Nascimento
Teresinha Ferreira da Cruz
INTRODUÇÂO:
Uma
questão importante para a descrição semântica da língua é: como se interpreta
semanticamente as diferentes funções sintáticas? Ou seja, no campo dos
significados, o que significa o sintagma ser sujeito, complemento ou objeto
direto? Vamos às definições:
FUNÇÃO
SINTÁTICA:
Função
sintática é o papel desempenhado pelos termos na organização da oração, sendo
representado pelo esquema SVC+C, onde:S => sujeito;
V => verbo;
1º C => complemento obrigatório e,
2º C => complemento não obrigatório (se houver)
As funções sintáticas obrigatórias da
oração são:
1. Sujeito - o que define o sujeito da oração é
fato de ele ser sempre de base substantiva, representado por um sintagma
nominal autônomo. O sujeito também é o único termo que pode ser
substituído por um pronome reto;
2. Verbo - ao identificarmos o sujeito da
oração, todo o resto é predicado. Verbo
é o núcleo do predicado, que, de acordo com a gramática tradicional, exprime
ação, estado ou fenômeno. O verbo também é a única palavra da oração que se
flexiona em tempo, modo, número e pessoa;
3. Complemento
Obrigatório:
3.1. Objeto
Direto - será sempre
sintagma interno e geralmente ocupa a primeira posição do SVC; apresenta
peculiaridades, sendo a primeira delas, o O.D. ser de natureza morfológica
substantiva, isto é, ele é representado por um sintagma nominal. Este pode ser
substituído por um pronome pessoal (assim como o sujeito), mas por ocupar a
posição C (na estrutura SVC), dever ser substituído por um pronome pessoal oblíquo;
3.2. Objeto
Indireto - quanto
ao objeto indireto (O.I.), este é representado por um sintagma
preposicionado (o que pode confundi-lo com o adjunto adverbial) e é obrigatório
na oração. Pode ser também substituído por um pronome oblíquo – lhe(s) – principalmente
quando regido por preposição “a”;
3.3. Complemento
Nominal - é um
sintagma interno, diferenciando-se do adjunto adnominal por ser um complemento
obrigatório, semelhante aos complementos verbais – objeto direto e objeto
indireto. Esse termo é sempre representado por um sintagma preposicionado
(interno) exigido para complementar o sentido de algum termo da oração, que
seja representado por um substantivo, adjetivo ou advérbio, regidos de
preposição;
4. Predicativo
do Sujeito - O
predicativo do sujeito enquanto complemento obrigatório articula-se a um verbo
de ligação, predicando o sujeito.
5. Complemento
NÃO Obrigatório:
5.1. Adjunto
Adnominal - considerado
acessório, isto é, embora seja um sintagma interno (está subordinado a outro
sintagma), ele não é um complemento obrigatório na oração. Além disso, outra
característica desse termo é que, por ser um sintagma interno, está sempre
preso a um núcleo substantivo. Portanto, uma oração pode apresentar tantos
adjuntos adnominais quantos forem os núcleos substantivos;
5.2. Adjunto
Adverbial - é a
função sintática dada para os termos com valor de advérbio que
estão presentes em uma frase ou período. O adjunto adverbial é o
termo da oração que serve para modificar o verbo segundo
as circunstâncias da frase e o valor semântico que este possui;
5.3. Agente
da Passiva –
complemento preposicionado que representa o termo que pratica a ação expressa
pelo verbo, na voz passiva;
5.4. Predicativo
do Objeto – enquanto
o predicativo do sujeito é obrigatório, predicando (modificando) sobre o
sujeito, o predicativo do objeto refere-se (predica / modifica), ao que o
próprio nome diz o objeto, portanto, não sendo um complemento obrigatório;
5.5. Aposto - é o termo necessariamente de
natureza substantiva, que explica, desenvolve ou resume (de maneira acessória)
o sentido de outro termo sintático;
5.6. Vocativo - é também um termo de base
substantiva, que serve apenas para chamar, invocar ou nomear a pessoa ou coisa,
personificando-a.
PAPEL
TEMÁTICO:
Ou papel semântico se refere às relações de significado (ou
significados) expressas pelas funções sintáticas em si. Assim, um termo
qualquer que desempenha função sintática de sujeito terá uma relação semântica
particular com o restante da oração. Vejamos:
1. Agente - é o papel semântico desempenhado pela entidade
que provoca a ação denotada pelo verbo, sendo sempre um ser animado (homem ou
animal);
2. Paciente - papel semântico desempenhado pelo termo
diretamente afetado pela ação;
3. Instrumento - papel desempenhado pelo termo (geralmente,
inanimado) utilizado pelo agente para levar a efeito sua ação;
4. Fonte - papel que expressa a origem de um movimento;
5. Meta - papel que indica o objetivo, o alvo.
OBS.: Em uma oração cada sintagma assume um papel
temático diferente. Ainda, segundo Perini (2006), o O.D. se interpreta
sempre como paciente, o adjunto
adverbial como instrumento, o agente
da passiva como agente e o sujeito
pode se interpretar como agente, paciente ou instrumento.
REFERÊNCIAS:
- SAUTCHUK,
Inez. Prática de Morfossintaxe:
como e por que aprender análise (morfo) sintática. Barueri/SP: Manole, 2004 (cap. 6: págs. 113-140).
- PERINI,
Mário A. Gramática Descritiva do
Português. 4ª edição. São Paulo: Ática, 1999 (cap. 5: págs. 129-143).
- SOUZA-e-SILVA, Maria C. KOCH, Ingedore Villaça. Lingüística Aplicada ao Português: Sintaxe. 16ª edição. São Paulo: Cortez, 2011 (cap. 3: págs.
107-149).
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