UNIP
- Universidade Paulita
CURSO:
Letras - Licenciatura Português/Inglês
Campus Vergueiro – Período Noite
Disciplina: LITERATURA de LÍNGUA INGLESA/Prosa
Angela
Maria J. Vitor
Carolina Lagarin Alípio
ANÁLISE LITERÁRIA:
“A
Estética da Diferença e o Ensino das Literaturas de Língua Inglesa”
RESUMO: O presente
trabalho tem por objetivo efetuar uma análise referente à importância do uso de
textos literários para o ensino de Língua Inglesa (LI) e como as diferenças
encontradas no ato de produção desses textos vêm interferindo na visão cultural,
social, histórica e de relações de poder.
PALAVRAS-CHAVE: diferença;
estética; texto literário; globalização; multiculturalidade.
INTRODUÇÃO:
No Brasil, as perspectivas dos estudos gramaticais
na escola, até hoje se centra, em grande parte, no entendimento da nomenclatura
gramatical como eixo principal; descrição e norma se confundem na análise da
frase, essa deslocada do uso, da função e do texto. A LDB 5692/71 vinha
separando Língua e Literatura, repercutindo assim, a mesma divisão, na
organização escolar: separação entre gramática, estudos literários e redação,
como se leitura / literatura, estudos gramaticais e produção de textos não
tivessem relação entre si.
Porém, o estudo de Língua Portuguesa e
Língua Estrangeira Moderna (Língua Inglesa), na escola, vêm sendo direcionado
para uma reflexão sobre o uso da língua na vida e na sociedade.
No que diz respeito ao ensino de
Literatura e Língua Portuguesas, já há uma orientação do objetivo e como deve
ser abordado o ensino dessas disciplinas em sala, normatizado nas DCNs,
DCEs, PCNs. E o ensino de Língua Inglesa? Não temos na grade curricular nenhuma
disciplina específica de Literatura de Língua Inglesa. Em geral, encontramos o
ensino sistematizado de LI e de Literatura Brasileira, com alguns conceitos de
leitura literária.
Nesse
sentido, o texto literário é de suma importância, pois além de apresentar um
material vasto e rico estimula a percepção do aluno como ser humano e como
cidadão. Afora isso, através do conhecimento dos costumes e valores de outras
culturas estrangeiras pode-se estimular nele um interesse e conhecimento ainda
maiores da cultura do seu próprio país, permitindo inclusive um trabalho
interdisciplinar com os conteúdos de língua portuguesa ou história, ou
contrastivos dentro da própria disciplina de LI. Ao interagir com o texto, há a
possibilidade de se explorar as quatro práticas discursivas: a leitura, a
oralidade, a escrita e a compreensão auditiva, haja vista que, em situações
reais de comunicação, elas não se manifestam isoladamente, pelo contrário, são
influenciadas umas pelas outras. Daí a necessidade de se apresentar ao aluno
textos de diferentes gêneros textuais para que ele perceba diferenças estruturais,
reconheça autoria e interlocutor possível, além de possibilitar o confronto com
as experiências de leitura que o mesmo vivencia em língua materna, preparando-o
não somente para a aquisição de uma língua estrangeira, mas também para atuar
criticamente em sociedade.
E
essa criticidade é obtida ao entrar em contato com textos literários produzidos
em diferentes partes do mundo e variados contextos. Levando em conta esse
processo de produção, apresentamos a análise de uma narrativa – “A Estética da Diferença e o Ensino das
Literaturas de Língua Inglesa”, um artigo escrito pela Dra. Profa. Cielo
Griselda Festino, com base em referências como Homi Bhabha, John Caputo, David
Damrosch, Jacques Derrida, Terry Eagleton e outros.
A
Professora Cielo Festino é graduada em Professorado de Inglês pelo Instituto Nacional Del Profesorado Secundario Joaquin
V Gonzalez (1983), possui mestrado (2000), doutorado (2005) e pós-doutorado em
Língua e Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo – USP e
pós-doutorado também na área de gêneros pós-coloniais pela Universidade Federal
de Minas Gerais – UFMG.
ANÁLISE:
A narrativa discorre sobre os
conceitos de estética e diferença mediante os textos produzidos em diferentes
culturas distantes de nós, mesmo e, principalmente, as de Língua Inglesa (LI),
chamados de “literaturas pós-coloniais”.
Segundo Damrosch
(2009, p. 13) é necessário sempre considerar o contexto de produção de uma
narrativa, principalmente as que são produzidas em outras sociedades
culturalmente diferentes e distantes de nós em tempo e espaço, para que isto
nos possibilite reconhecer a pluralidade da estética e suas variadas
manifestações. Nos momentos em que nos detemos para analisar determinadas
passagens, nos descortinam as diferenças e as riquezas dessas culturas.
Em princípio, nas
narrativas literárias, o conceito de estética evoca universal, único, homogêneo
e o da diferença é justamente o oposto, é o que é local, múltiplo, heterogêneo.
Estes conceitos vistos descontextualizadamente do âmbito histórico-cultural são
irreconciliáveis.
Após a II Guerra
Mundial, o conceito de estética entendida como universal torna-se suspeita de colaborar
para uma ideologia predominante e
precisa ser repensada em termos das novas relações culturais, que se processam
em movimentos centrípetos, ou seja, fluxo constante de produção ocorrendo das
margens (ex-colônias) para o centro (metrópole).
A visão
universalista da estética é o produto de uma relação sensorial do indivíduo.
Esta experiência sensorial é comum a todo ser humano, e este a experimenta de
acordo com o contexto cultural da comunidade em que está inserido.
A partir das
teorias pós-coloniais, o discurso da estética vem sendo entendido como sendo
plural, localizado e comum a membros de uma determinada comunidade. E entendido
como prática comunitária, verificamos que culturas diversas, por possuírem
comunidades variadas, têm diferentes teorias estéticas. Essa Estética da Diferença, por um lado,
torna visível o aspecto social da literatura, além do estético propriamente
dito e, por outro, contribui para a aceitação e convivência do Outro diferente.
Considerando que a “diferença” é
sempre experimental, inovadora, está em constante transformação e multiplica-se
em múltiplos contextos, torna-se esse o objetivo da Estética da Diferença: o
amor do Outro por meio da apreciação de formas diferentes.
Todo discurso é impregnado dos
fatores externos do meio em que é produzido, sendo assim, não há estética
inocente, pois perpassam questões ideológicas. O literário não é uma essência,
e sim, o resultado de interação entre leitor e texto, mediante o contexto
cultural. Assim, mesmo na hegemonia da cultura inglesa, narrativas literárias
de determinadas comunidades procuram reduzir as do Outro diferente a simples
autobiografias, sociais ou antropológicas, como se estas não tivessem valor
literário ou estético, apenas porque não o reconhecem.
Esse processo de reconhecimento
da estética da diferença se realiza não somente pela inclusão desses textos
literários (do Outro) de outras culturas, consideradas não hegemônicas ou de
minoria no currículo escolar, mas também pela reconsideração da estética plural
culturalmente localizada. Devemos considerar também o contexto em que essas
leituras serão realizadas, pois a pluralização da estética trará uma profusão
de significados dos textos literários.
PLANO
DE AULA:
I.
Plano
de aula:
II.
Dados
de Identificação:
INSTITUIÇÃO: E. E. Prof. Jesus José Attab.
PROF
(as):
Angela Maria J Vitor
Carolina Lagarin
Alípio
DISCIPLINA: Língua e Literatura inglesa.
CURSO: 9º ano.
PERÍODO: 3 a 4h/aulas.
III.
Tema
de estudo: Simple Past Tense e Saúde Pública – texto base: “OLIKOYE” (by Chimamanda Ngozi Adichie – english)
IV.
O
aluno deverá:
Ø Identificar
o tempo em que os verbos estão conjugados, isolá-los e coloca-los no infinitivo
e Simple Present;
Ø Reconhecer
as críticas sociais apresentadas pelo autor, a intertextualidade e possíveis
identificações com seu cotidiano.
Ø Formular
pequenos cartazes com outros alunos, contemplando a linguagem textual, onde
eles terão a oportunidade de expor ideias e opiniões referentes ao tema
abordado.
V.
Desenvolvimento
do tema:
a)
Convidar os alunos a efetuarem uma roda de
leitura: onde cada um poderá ler em
inglês e/ou interpretar o que entendeu da leitura do colega; concomitantemente
(paralelamente), ir desenvolvendo a fala e a escrita do tempo verbal dos verbos
empregados. Procurar também verificar a desenvoltura/variedade do vocabulário;
Após
esse momento, levantar hipóteses do conhecimento prévio do aluno, onde ele será
questionado a trazer suas ideias e opiniões para compartilhar com os colegas,
sobre o sentimento, o conhecimento e condição de saúde pública de hoje;
b)
Em roda de conversa, os alunos terão a
oportunidade de compartilhar trechos do texto que marcaram em sua concepção e
que causaram certa inquietação com relação a outros temas transversais também
ou o que eles gostariam de entender ou compartilhar, e o que isso influi na
vida moderna;
c)
Os alunos deverão mostrar o tipo de material
que eles escolheram para montar os cartazes, compartilhar em sala e explicar
porque fez a escolha;
d)
Incentivar os alunos a escrever o que foi
compreendido e o que eles gostariam de debater sobre o tema.
e)
Os alunos deverão produzir cartazes com
informações sobre as questões abordadas. Essa produção será livre onde o aluno,
terá a liberdade de escolha em relação a material e formas de linguagem verbal
ou não verbal para passar a sua ideia.
VI.
Conteúdo:
Contexto
histórico contemporâneo, cidadania, artes, conteúdo verbal e não verbal,
produção textual, figura de linguagem e história.
VII.
Recursos:
lousa, giz, papel, revistas e jornais e PowerPoint.
VIII.
Avaliação:
a
avaliação ocorrerá a partir participação oral do aluno, no compartilhamento das
reportagens, redação a respeito da leitura e das questões sociais e a produção
de cartazes informativos com ideias e propostas para compartilhar com os demais
colegas da escola com relação ao tema abordado.
IX.
Bibliografia:
Básica:
Saiba
mais:
- ADICHIE,
Chimamanda Ngozi. Olikoye. A
new short story by Chimamanda Ngozi Adichie. Disponível em: < http://www.geledes.org.br/olikoye-chimamanda-ngozi-adichie-english#gs.gLLi5nw
> Acesso em 24/10/2016.
- FESTINO,
Cielo Griselda. A Estética da
Diferença e o Ensino das Literaturas de Língua Inglesa. Revista
Gragoatá, Niterói, n. 37, p. 312-330, 2. sem. 2014. Disponível em: <http://www.gragoata.uff.br/index.php/gragoata/article/view/80>
Acesso em 03/10/2016.
Complementar:
PARAMETROS
CURRICULARES NACIONAIS (ENSINO MÉDIO) – PCNEM. Parte II: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasil, 2000.
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