quarta-feira, 23 de novembro de 2016




     UNIP - Universidade Paulita
           CURSO: Letras - Licenciatura Português/Inglês
Campus Vergueiro – Período Noite
Disciplina: LITERATURA de LÍNGUA INGLESA/Prosa



Angela Maria J. Vitor                        
Carolina Lagarin Alípio                   





ANÁLISE LITERÁRIA:
“A Estética da Diferença e o Ensino das Literaturas de Língua Inglesa”


  
RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo efetuar uma análise referente à importância do uso de textos literários para o ensino de Língua Inglesa (LI) e como as diferenças encontradas no ato de produção desses textos vêm interferindo na visão cultural, social, histórica e de relações de poder.


PALAVRAS-CHAVE: diferença; estética; texto literário; globalização; multiculturalidade.





               INTRODUÇÃO:

No Brasil, as perspectivas dos estudos gramaticais na escola, até hoje se centra, em grande parte, no entendimento da nomenclatura gramatical como eixo principal; descrição e norma se confundem na análise da frase, essa deslocada do uso, da função e do texto. A LDB 5692/71 vinha separando Língua e Literatura, repercutindo assim, a mesma divisão, na organização escolar: separação entre gramática, estudos literários e redação, como se leitura / literatura, estudos gramaticais e produção de textos não tivessem relação entre si.
Porém, o estudo de Língua Portuguesa e Língua Estrangeira Moderna (Língua Inglesa), na escola, vêm sendo direcionado para uma reflexão sobre o uso da língua na vida e na sociedade.
No que diz respeito ao ensino de Literatura e Língua Portuguesas, já há uma orientação do objetivo e como deve ser abordado o ensino dessas disciplinas em sala, normatizado nas DCNs, DCEs, PCNs. E o ensino de Língua Inglesa? Não temos na grade curricular nenhuma disciplina específica de Literatura de Língua Inglesa. Em geral, encontramos o ensino sistematizado de LI e de Literatura Brasileira, com alguns conceitos de leitura literária.
Nesse sentido, o texto literário é de suma importância, pois além de apresentar um material vasto e rico estimula a percepção do aluno como ser humano e como cidadão. Afora isso, através do conhecimento dos costumes e valores de outras culturas estrangeiras pode-se estimular nele um interesse e conhecimento ainda maiores da cultura do seu próprio país, permitindo inclusive um trabalho interdisciplinar com os conteúdos de língua portuguesa ou história, ou contrastivos dentro da própria disciplina de LI. Ao interagir com o texto, há a possibilidade de se explorar as quatro práticas discursivas: a leitura, a oralidade, a escrita e a compreensão auditiva, haja vista que, em situações reais de comunicação, elas não se manifestam isoladamente, pelo contrário, são influenciadas umas pelas outras. Daí a necessidade de se apresentar ao aluno textos de diferentes gêneros textuais para que ele perceba diferenças estruturais, reconheça autoria e interlocutor possível, além de possibilitar o confronto com as experiências de leitura que o mesmo vivencia em língua materna, preparando-o não somente para a aquisição de uma língua estrangeira, mas também para atuar criticamente em sociedade.
E essa criticidade é obtida ao entrar em contato com textos literários produzidos em diferentes partes do mundo e variados contextos. Levando em conta esse processo de produção, apresentamos a análise de uma narrativa – “A Estética da Diferença e o Ensino das Literaturas de Língua Inglesa”, um artigo escrito pela Dra. Profa. Cielo Griselda Festino, com base em referências como Homi Bhabha, John Caputo, David Damrosch, Jacques Derrida, Terry Eagleton e outros.
A Professora Cielo Festino é graduada em Professorado de Inglês pelo Instituto Nacional Del Profesorado Secundario Joaquin V Gonzalez (1983), possui mestrado (2000), doutorado (2005) e pós-doutorado em Língua e Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo – USP e pós-doutorado também na área de gêneros pós-coloniais pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

ANÁLISE:
          A narrativa discorre sobre os conceitos de estética e diferença mediante os textos produzidos em diferentes culturas distantes de nós, mesmo e, principalmente, as de Língua Inglesa (LI), chamados de “literaturas pós-coloniais”.
Segundo Damrosch (2009, p. 13) é necessário sempre considerar o contexto de produção de uma narrativa, principalmente as que são produzidas em outras sociedades culturalmente diferentes e distantes de nós em tempo e espaço, para que isto nos possibilite reconhecer a pluralidade da estética e suas variadas manifestações. Nos momentos em que nos detemos para analisar determinadas passagens, nos descortinam as diferenças e as riquezas dessas culturas.
Em princípio, nas narrativas literárias, o conceito de estética evoca universal, único, homogêneo e o da diferença é justamente o oposto, é o que é local, múltiplo, heterogêneo. Estes conceitos vistos descontextualizadamente do âmbito histórico-cultural são irreconciliáveis.
Após a II Guerra Mundial, o conceito de estética entendida como universal torna-se suspeita de colaborar para uma ideologia predominante      e precisa ser repensada em termos das novas relações culturais, que se processam em movimentos centrípetos, ou seja, fluxo constante de produção ocorrendo das margens (ex-colônias) para o centro (metrópole).
A visão universalista da estética é o produto de uma relação sensorial do indivíduo. Esta experiência sensorial é comum a todo ser humano, e este a experimenta de acordo com o contexto cultural da comunidade em que está inserido.
A partir das teorias pós-coloniais, o discurso da estética vem sendo entendido como sendo plural, localizado e comum a membros de uma determinada comunidade. E entendido como prática comunitária, verificamos que culturas diversas, por possuírem comunidades variadas, têm diferentes teorias estéticas. Essa Estética da Diferença, por um lado, torna visível o aspecto social da literatura, além do estético propriamente dito e, por outro, contribui para a aceitação e convivência do Outro diferente.
                Considerando que a “diferença” é sempre experimental, inovadora, está em constante transformação e multiplica-se em múltiplos contextos, torna-se esse o objetivo da Estética da Diferença: o amor do Outro por meio da apreciação de formas diferentes.
                Todo discurso é impregnado dos fatores externos do meio em que é produzido, sendo assim, não há estética inocente, pois perpassam questões ideológicas. O literário não é uma essência, e sim, o resultado de interação entre leitor e texto, mediante o contexto cultural. Assim, mesmo na hegemonia da cultura inglesa, narrativas literárias de determinadas comunidades procuram reduzir as do Outro diferente a simples autobiografias, sociais ou antropológicas, como se estas não tivessem valor literário ou estético, apenas porque não o reconhecem.
                Esse processo de reconhecimento da estética da diferença se realiza não somente pela inclusão desses textos literários (do Outro) de outras culturas, consideradas não hegemônicas ou de minoria no currículo escolar, mas também pela reconsideração da estética plural culturalmente localizada. Devemos considerar também o contexto em que essas leituras serão realizadas, pois a pluralização da estética trará uma profusão de significados dos textos literários.














           
PLANO DE AULA:
      I.        Plano de aula:
     II.        Dados de Identificação:
INSTITUIÇÃO:             E. E. Prof. Jesus José Attab.
PROF (as):    Angela Maria J Vitor
                                       Carolina Lagarin Alípio                                   
DISCIPLINA:                Língua e Literatura inglesa.
CURSO:                        9º ano.
PERÍODO:    3 a 4h/aulas.
    III.        Tema de estudo: Simple Past Tense e Saúde Pública – texto base: “OLIKOYE” (by Chimamanda Ngozi Adichie – english)
    IV.        O aluno deverá:
Ø  Identificar o tempo em que os verbos estão conjugados, isolá-los e coloca-los no infinitivo e Simple Present;
Ø  Reconhecer as críticas sociais apresentadas pelo autor, a intertextualidade e possíveis identificações com seu cotidiano.
Ø  Formular pequenos cartazes com outros alunos, contemplando a linguagem textual, onde eles terão a oportunidade de expor ideias e opiniões referentes ao tema abordado.
     V.        Desenvolvimento do tema:
a)     Convidar os alunos a efetuarem uma roda de leitura: onde cada um poderá ler em inglês e/ou interpretar o que entendeu da leitura do colega; concomitantemente (paralelamente), ir desenvolvendo a fala e a escrita do tempo verbal dos verbos empregados. Procurar também verificar a desenvoltura/variedade do vocabulário;
Após esse momento, levantar hipóteses do conhecimento prévio do aluno, onde ele será questionado a trazer suas ideias e opiniões para compartilhar com os colegas, sobre o sentimento, o conhecimento e condição de saúde pública de hoje;
b)     Em roda de conversa, os alunos terão a oportunidade de compartilhar trechos do texto que marcaram em sua concepção e que causaram certa inquietação com relação a outros temas transversais também ou o que eles gostariam de entender ou compartilhar, e o que isso influi na vida moderna;
c)     Os alunos deverão mostrar o tipo de material que eles escolheram para montar os cartazes, compartilhar em sala e explicar porque fez a escolha;
d)     Incentivar os alunos a escrever o que foi compreendido e o que eles gostariam de debater sobre o tema.
e)     Os alunos deverão produzir cartazes com informações sobre as questões abordadas. Essa produção será livre onde o aluno, terá a liberdade de escolha em relação a material e formas de linguagem verbal ou não verbal para passar a sua ideia.
    VI.        Conteúdo: Contexto histórico contemporâneo, cidadania, artes, conteúdo verbal e não verbal, produção textual, figura de linguagem e história.
   VII.        Recursos: lousa, giz, papel, revistas e jornais e PowerPoint.
  VIII.        Avaliação: a avaliação ocorrerá a partir participação oral do aluno, no compartilhamento das reportagens, redação a respeito da leitura e das questões sociais e a produção de cartazes informativos com ideias e propostas para compartilhar com os demais colegas da escola com relação ao tema abordado.
    IX.        Bibliografia:
Básica:         
Saiba mais:
- ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Olikoye. A new short story by Chimamanda Ngozi Adichie. Disponível em: < http://www.geledes.org.br/olikoye-chimamanda-ngozi-adichie-english#gs.gLLi5nw > Acesso em 24/10/2016.
- FESTINO, Cielo Griselda. A Estética da Diferença e o Ensino das Literaturas de Língua Inglesa. Revista Gragoatá, Niterói, n. 37, p. 312-330, 2. sem. 2014. Disponível em: <http://www.gragoata.uff.br/index.php/gragoata/article/view/80> Acesso em 03/10/2016.

Complementar:

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS (ENSINO MÉDIO) – PCNEM. Parte II: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasil, 2000.

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